ALEXANDRE MOREIRA PINTO – PATRIARCA DA
FAMÍLIA MOREIRA PINTO DA REGIÃO OESTE POTIGUAR
Alexandre era natural da Fazenda São Brás de Baixa, à época
uma grande fazenda de seu pai de nome Alexandre Moreira Pinto, encravada na
Freguesia de Martins, posteriormente pertenceu ao município de Alexandria e
atualmente pertence ao município de Tenente Ananias, criado pela Lei nº 2.758,
de 10 de maio de 1962. Nascido no dia 05 de agosto de 1767 e falecido em 13 de
setembro de 1855. Casou-se em 27 de outubro de 1805, com Anna Martins da Silveira, filha de Mathias Fernandes Ribeiro, com uma prole de 17 filhos, entre
eles, Manoel Moreira da Silveira (22/12/1808 – 02/10/1862), este bisavô de
Chiquinho Germano e pai do Alferes João Germano da Silveira, este avô de
Chiquinho e pai de Francisco Germano da Silveira, pai do biografado.
De acordo com o livro “Memorial da Família” – Pesquisa genealógica, de João
Bosco Fernandes, (Uiraúna, 08/03/1942), com co-participação de Antônio
Fernandes Mousinho (Luiz Gomes/RN), 23/11/1916 – Recife/PE, em 10/11/2001) –
Helley S/A – Gráfica e Editora (1994), fls. 172, 173 e 174, diz o seguinte:
“O casamento, por motivos especiais, realizou-se na matriz de Santo Antônio do
Piancó, celebrado pelo Padre José Felix, com autorização do então Visitador Antônio
José de Carvalho que, na oportunidade, encontrava-se na região. Anna Martins,
natural da Serra de Martins; Alexandre, da Fazenda São Brás; ambos da freguesia
de Pau dos Ferros, ribeira do Apodi, termo da Vila de Portalegre, província do
Rio Grande do Norte, Capitania da Paraíba.
Era Alexandre Moreira Pinto moço, solteiro e rico, das cabeceiras do São Brás.
Figura influente em Pau dos Ferros, seja nos negócios religiosos como nos
políticos, tendo prestado grandes serviços à igreja. Existia, a esse tempo, o
Capitão Mathias Fernandes Ribeiro, fazendeiro em Curral Velho e proprietário em
Cruz d’Alma, na Serra de Martins. Nas festas e reuniões sociais de Pau dos
Ferros, Alexandre enamorou-se de Anna Martins, mas isso não foi do agrado da
família dela, por não quererem “uma pessoa sua casada com um caboclo do São
Brás”. Não se sabe se ele a pediu em casamento, certo é que resolveu rapta-la.
Um dia, regressando de uma festa de Pau dos Ferros, viajava Anna Martins na
garupa de um cavalo com o seu irmão José Martins Ribeiro, quando Alexandre se
aproximou e lhe entregou às escondidas uma carta, convidando-a para com ele se
casar.
Aceito o convite, marcaram o dia em que ele a tiraria da Cruz d’Alma.
Descoberta a fuga, saíram os irmãos dela em seu encalço, mas não os alcançaram.
Ao chegar ao São Brás, Alexandre, que era quase tão abastado quanto ao sogro,
seguiu com a noiva para Piancó, onde se encontrava o Visitador da diocese de
Pernambuco, que autorizou ao Padre José Felix a realização do casamento.
Conta-se que ao saírem os debutantes da igreja, já casados, chegaram os
impedimentos por parte da família da noiva. Tudo, porém, fora de tempo.
Alexandre voltou ao São Brás e nunca se curvou aos parentes da mulher, pois era
tão independente quanto eles. Julgavam-se estes ofendidos, particularmente o
José Martins, pela afronta que sofrera. Resolveu, então, o José Martins
contratar os serviços de um cunhado, João Francisco de Queiroz Sampaio, filho
da Anna Martins Lacerda, sua tia e casado com sua irmã Joana Martins, para que
tirasse a vida de Alexandre. O Sampaio veio a Luiz Gomes e preparou uma
emboscada, em frente à casa da Intendência, onde Alexandre Amarrava seu cavalo
à sombra dos cajueiros. Aí sofreu grave atentado à bala de mosquete que,
felizmente, não lhe foi mortal. Durante a convalescença, muitos amigos se ofereciam
para matar o Sampaio, mas Alexandre sempre dizia: mate-o Deus”.
Recuperado, passou a criar os filhos na prática do bem, até que, anos depois, o
próprio Mathias reconheceu as qualidades de Alexandre e foram feitas as pazes.
Sampaio, o malfeitor, foi quem rebelou-se com a família, indo embora para
Pajeú. Certo dia, de lá regressando, recebeu, não se sabe de onde, um tiro de
emboscada, vindo a morrer incontinenti”.